sábado, 26 de maio de 2012

Dia de vacina

Desde a primeira semana de vida, meu esposo sempre segura a Laís para tomar as devidas imunizações. Nunca gostei de vê-la se contorcendo e gritando de dor. Com o passar do tempo essa tarefa fica ainda mais difícil, agora ela já reconhece o ambiente do ambulatório e quando vê alguém vestido de branco, começa a se desesperar.

Bem, medo à parte, fomos nessa semana levá-la para tomar a tal vacina da gripe. No momento de entrar na sala, o medo não permitiu que ela fosse para o colo do pai e grudou em mim, agarrando com braços e pernas. Fui escolhida dessa vez...

Que sensação horrível ver minha filha com medo, dor, chorando e eu ali tendo que segurá-la. No momento só pensei "vai logo moço" e enquanto abraçava seu corpinho trêmulo sussurrei no ouvido dela que eu estava ali, que não ia deixar ela sozinha, que era pra ela não ficar dodói e que estava doendo em mim também. Infelizmente, o desespero e a idade não permitiram que ela compreendesse o que eu disse e chorou mais ainda e gritou, gritou... e eu a abracei.

Descrevendo assim, parece que foram uns 10 minutos de sofrimento. Se você já passou por isso sabe que esse procedimento não passa de 3 minutos. Contudo,para qualquer pessoa que sofre, o tempo parece não passar, e a dor parece ser eterna. Quando levamos um agulhada da vida, reagimos como crianças em protesto. Algumas vezes até julgamos que o silêncio de Deus nesses momentos, revela que estamos sozinhos. Deus é o nosso pai, que vê nosso sofrimento e nos ajuda a passar por ele. Quando o desespero invade nossa alma e aflige nosso coração, só conseguimos nos manter em pé porque Ele está ali nos dizendo:"está difícil filho, eu sei, mas vai passar, eu estou aqui com você", mesmo que nossos gritos não nos deixem ouvir.

"Quando,passares pelas águas, estarei contigo..." Isaías 43:2

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