Eu achava aquilo o máximo. Uma mente infantil, criando pessoas e situações. Se preparando pra realidade, projetando sua vivência na existência de outro ser, que na verdade não existe.
Até que, agora, me vejo rodeada de cinco crianças todos os dias. Sim, são cinco: Laís, Nathan, Kenis, Candy (não sei se a grafia está correta, esqueci de perguntar pra Laís) e o Cadu.
O Kenis apareceu primeiro. Suponho que seja o mais velho. É ele que aparece pra brincar quando o Nathan está dormindo e ela não tem com quem brincar. Já tem um tempinho que ele anda por aqui e vai com a gente pro mercado, pro parque, andar de bicicleta... Quando ela quer brincar de mamãe e filhinha, aparece a Candy. E quando ela quer uma bagunça imaginária os quatro se reúnem.
Já tinha percebido a presença deles há um certo tempo. Mas, hoje, foi o dia dela me apresenta-los formalmente. "Mãe, esse é o Kenis, a Candy e o Cadu (conversando com o vento, claro). E eles são meus amigos. E eu levo eles pra todo lugar...".
Entrei um pouco na brincadeira dela, e depois fiquei só com a minha imaginação. Pensando no meu Deus, que anda comigo em todos os lugares, mas não é apenas uma amigo imaginário. É a minha força e meu sustento. Aquele que ouve todas minhas bizarrices imaginárias, que ouve também minhas inquietudes. Ele é real pra mim. Ele me socorre quando lavo meu carregador na máquina de lavar, e quando alguma receita insiste em desandar. Com esse amigo eu quero sempre andar. Um dia, Kenis, Candy e Cadu, não estarão mais aqui. Oro, para que permaneça somente Jesus.
"Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida pelos seus amigos. Vocês serão meus amigos, se fizerem o que eu ordeno. Já não os chamo servos, porque o servo não sabe o que o seu senhor faz. Em vez disso, eu os tenho chamado amigos.." João 15:15
