Ai que saudade de escrever nesse cantinho tão abandonado por mim! Se meus pensamentos pudessem ser teletransportados direto pra cá, facilitaria por demais a minha vida, enquanto isso vou tentando escrever mesmo...
Pois então, minha vida não anda nada cor-de-rosa, porém feliz. Não posso ver o rosa quando minha pia insiste em ficar abarrotada de louças, nem quando tropeço em zilhões de brinquedos pela casa toda. Não há rosa quando vou ao banheiro e encontro por lá o copo de suco, e já nem perco meu precioso tempo perguntando o que ele faz ali. Simplesmente dou a ele seu destino correto, junto com outras coisas que encontro dentro da fronha do travesseiro tipo: os sapatos da boneca, meu massageador das costas, lápis de cor amarelo, a embalagem vazia de uma batata frita que esqueci o nome... Com certeza o rosa evapora, quando estou dando banho no bebê e a panela de pressão resolve explodir e espirrar caldo de feijão na cozinha toda.
Não importa quanto você se esforce, não vai conseguir mentalizar a visão panorâmica que estou tendo enquanto lhes escrevo. Pensei em tirar foto, mas a vergonha deu as caras e vamos ficar só com a descrição mesmo. Até porque, na foto não sairia o status atual do guarda-roupas da Laís, que há dias espera meu socorro, tadinho, se ligasse pro Samu quem sabe...
Está uma loucura, é verdade, mas ESCOLHI, procurar o rosa. Isso mesmo, tá difícil?! Muito! Mas, me permito sentar ao chão com as crianças e fazer o que elas desejam. Claro que as neuras, as culpas, e tudo mais que foi inventado pra dificultar a vida de uma mãe, estão por ali. Nada que um beijo babado, ou melado de suco, não me pague. Ouvir um "mamãe você é demais" enche meu coração de auto-perdão e me faz mergulhar no mundo cor-de rosa que só existe no imáginário infantil.
Meu guia é Jesus porque sem ele eu nunca encontraria a saída.
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